segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ostra e vitela

Vianda vibrante em delicadeza, palidez, vida prematuramente sublimada.
Sofre acordo com bivalve ostreoide, angelical noz colhida em aguas salgadas: não manipulado.
A carne rosada mantém, crua, ungida por sucos marinhos e oleo de avelã, um esboço da qualidade perolada do peixe branco em exato cozimento.
Pureza limpida e sexual.
Cebola com poucos dias de vida, arrancada da terra, submergida em glacial temperatura liquida.
Uma fruta muito acida em proporção minima.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ervilha

As primeiras ervilhas cruas são doces, o sabor é agradavelmente menos metalico que fora de seu auge, que ocorre na mesma época das carambolas.
Se faz legitimo o recreativo descarte das vagens, e posteriormente das cascas; cada casca enlaça duas semi esferas verdes de tonalidade ligeiramente viva, e a intensidade da cor é agravada pela perda do involucro.
Uma variação de sabor e textura se obtém submergindo as ervilhas descascadas em agua fortemente salgada e fervente, e em seguida em agua com gelos.
Este processo reforça a vibração da cor verde.
A ervilha torta é, quase em totalidade, diferente da denominada 'ervilha', e o peculiar, timido e genial sabor mentolado da maioria dos espécimes é percebido por não todos os seres humanos.

Peixe

São muito diferentes um peixe fresco e um peixe não fresco.
Com o habito e a experiência percebe-se facilmente a diferença por simples apreciação visual.
O peixe fresco possui um brilho vivo, principalmente nos olhos, mas também na pele, ou escamas. Se o nariz é aproximado, e aspira-se, um sutil odor de brisa e iodo, se o peixe provém de mar, é notado, nada mais.
Ao toque do dedo indicador na parte ventral, sente-se a pele elastica e jovial, como se tocada a pele de uma pessoa adolescente.
Ha pouca viscosidade, e não resta cheiro desagradavel quando se leva o dedo proximo às cavidades nasais.
Com a ponta da unha, ou pequena faca de oficio, para ultima apreciação, alguém desloca, não sem respeito e veneração, a cartilagem que recobre as belas guelras de cor vermelha intensa, brilhantes, algo como um figado de pombo de excelente qualidade, ou um vinho jovem da Borgonha.

Rucula

Selvagem demonstra qualidades gustativas superiores em intensidade às cultivadas.
Seu sabor desloca a atenção de quem a consome, um tipo de força de inércia é movida no momento em que se mastiga algumas vezes um pequeno pedaço: o primeiro sabor é adocicado, em seguida picante no estilo de raiz forte fresca, que gradualmente se esvai, restando sensação novamente adocicada e reconfortante, como apos se tomar uma pequena surra.
O sabor vegetal é intenso e particular. Neste aspecto matizes de sabor nao catalogados acariciam principalmente os arredores do olfato interno.
Sua flor amarela representa uma miniatura em sabor e textura da folha, e o perfume é delicado.